Conheça o PINAB

PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE: O Projeto PINAB, vinculado ao Departamento de Promoção da Saúde da UFPB, atua desde agosto de 2007 na promoção a saúde, através de ações de educação popular em Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e Direito Humano a Alimentação Adequada. 

Realiza suas ações com protagonistas da Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos e de organizações populares das comunidades do território que são: Boa Esperança, Jardim Itabaiana e Pedra Branca, no bairro Cristo, em João Pessoa-PB. 

Ao compreender o trabalho em saúde como um ato pedagógico de compromisso social, o Projeto busca também estimular a formação de profissionais de saúde com uma postura crítica, participativa e visão humanística, apostando para isso na educação popular como base metodológica. 

As ações são desenvolvidas por estudantes de nutrição, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, acompanhados por dois docentes (Profª Ana Cláudia Peixoto de Vasconcelos e Prof. Pedro Cruz), além de educadoras populares locais e as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), integrando três frentes: 1) ações educativas com grupos comunitários de: gestantes, escolares, beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), e integrantes de organizações populares locais; 2) visitas domiciliares; e 3) gestão compartilhada do Projeto. 

Em 2009 e 2011, o projeto foi contemplado pelo edital do Perograma de Apoio a Extensão Universitária - PROEXT/SESU/MEC, além de ser desde 2008 continuamente aprovado no Programa Bolsas de Extensão PROBEX /PRAC/UFPB , o que tem possibilitado integrar mais recursos estruturais e pedagógicos, bem como estimular o incremento no registro, acompanhamento e sistematização das experiências. 

Ao ampliar essas possibilidades de ação, o PINAB pôde fortalecer ainda mais a interlocução comunitária com os serviços públicos de saúde e educação locais, através da criação de espaços de diálogo para gestão participativa da saúde, campanhas de alimentação saudável na escola, e implementação de um fórum social intersetorial local. 

Este conjunto de ações tem repercutido no fortalecimento das iniciativas populares locais para promoção da saúde, fomentando a percepção desta não só como resultado de práticas individuais, mas também como reflexo das condições de vida em geral, estimulando a luta pela emancipação das camadas populares, e contribuindo para que a SAN e a promoção da saúde sejam compartilhadas enquanto direito humano e social.

PINAB 2008 
  


PINAB - Grupo Operativo Programa Bolsa Família 2009
PINAB - Grupo Operativo Gestantes 2010



PINAB - Grupo Operativo Saúde na Comunidade 2010: 




PINAB - Grupo Operativo Escola 2009:




PINAB - Aniversário do prof. Pedro em 2012!!




Vamos agora descobrir um pouco mais sobre como funciona o PINAB:  

Caracterização da Ação:
- Área de Conhecimento: Ciências da Saúde » Saúde Coletiva » Saúde Publica;
- Área Temática Principal: Saúde;
- Área Temática Secundária: Educação;
- Linha de Extensão: Saúde da família.

Local de Realização: O Projeto atua no território das comunidades de Jardim Itabaiana,
Boa Esperança e Pedra Branca, localizadas no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB.
Suas ações são desenvolvidas principalmente em espaços sociais públicos daquela área, os quais são: a Unidade de Saúde da Família (USF) VILA SAÚDE, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos (EMEFAA) e as Associações Comunitárias locais.

Período de Realização:

- Atividade semanais:
a) Segunda-feira (17:30 as 19:30)- Reunião organizativa - 2
horas de carga horária;
b) Segunda-feira (13 às 17h) - Grupo Operativo de Gestantes -
4 horas de carga horária;
c) Terça-feira (13 as 17h)- Grupo Operativo Mobilização Popular
- 4 horas;
d) Quarta-feira (13 as 17h)- Grupo Operativo 'Saúde na
Comunidade' - 4 horas;
e) Sexta - Feira(13h as17h)- Grupo Operativo Escola - 4 horas de carga horária.

- Atividade Quinzenais:
a) Sexta -feira (13 às 17h) -Grupo Operativo 'Direito a Saúde e o SUS na
Escola' - 4 horas de carga horária.
b) Sexta -feira (13 as 17h)- Visitas domiciliares na Comunidade - 4 horas
de carga horária.

- Atividades Quadrimestrais:
a) Oficina de Planejamento - 8 horas de carga horária;
b) Oficina de Avaliação (parcial e final) - 8 horas de carga horária;
c) Mostra do Projeto na UFPB - 8 horas de carga horária;
d) Mostra do Projeto na USF Vila Saúde - 4 horas de carga horária.

• Fundamentação Teórica:

- A Educação Alimentar e Nutricional no cenário atual:

     No bojo da discussão da SAN, da promoção da saúde e da promoção da alimentação saudável, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) vem se configurando enquanto questão estratégica. Todavia, desde a sua origem a prática educativa em nutrição tem sido pautada por processos verticais e autoritários, centrada no modelo prescritivo e biologicista, em detrimento do diálogo, da autonomia do educando e dos aspectos sócio- culturais que envolvem as práticas alimentares e a realidade.
       Boog (2005), no sentido de assegurar a amplitude que a EAN merece no contexto da SAN, conceituou-a como “um conjunto de estratégias sistematizadas para impulsionar a cultura e a valorização da alimentação, concebidas no reconhecimento da necessidade de respeitar, mas também modificar crenças, valores, atitudes, representações, práticas e relações sociais que se estabelecem em torno da alimentação, visando o acesso econômico e social a uma alimentação quantitativa e qualitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convívio social”.
      Portanto os desafios que se colocam para a atuação do nutricionista em saúde coletiva, sobretudo no que diz respeito ao seu papel de educador, são diversos. Entre eles podemos destacar a própria formação universitária na área da saúde, orientada pelo paradigma cartesiano, onde o conhecimento é fragmentado e a teoria dissociada da prática, dificultando o olhar do indivíduo como ser integral, bem como a compreensão e transformação da realidade pelo estudante (AMORIM ET AL, 2001).
      Nessa direção torna-se fundamental oportunizar espaços de ensino, pesquisa e extensão que contribuam para a ressignificação das práticas educativas em promoção da saúde e nutrição.

- Educação Popular: referencial teórico-filosófico orientador:

      O PINAB pauta o desenvolvimento de suas ações nos eixos teóricos e metodológicos da educação popular, sistematizadas por Paulo Freire (2005). Falar de Educação Popular, portanto, significa pensar como a educação pode contribuir para a emancipação humana, especificamente daqueles setores sociais mais desfavorecidos. O Popular traz, para Paludo (2001, p.75), 'ideários e concepções pedagógicas que sustentam práticas educativas, (...) [onde] há uma opção de classe que remete para uma visão de processo histórico, para uma compreensão de ser humano e de seu papel na história'. Para Calado (2008,p.230/231), Popular significa um “processo formativo, protagonizado pela classe trabalhadora e seus aliados, continuamente alimentado pela utopia, em permanente construção de uma sociedade economicamente justa, socialmente solidária, politicamente igualitária, culturalmente diversa, dentro de um processo coerentemente marcado por práticas, procedimentos, dinâmicas, posturas correspondentes ao mesmo horizonte”.
      Sendo assim, esses princípios da pedagogia freireana norteiam a relação do PINAB, enquanto prática de extensão popular, com a própria universidade e com a comunidade atendida pela USF Vila Saúde e pela Escola Municipal Augusto dos Anjos, desde o planejamento à execução de suas ações.
       Freqüentemente utilizam-se as seguintes designações para a educação popular: pedagogia da problematização, da esperança, do diálogo, da liberdade e da sócio-transformação. E é sob esse referencial e sob sua postura dialética e dialógica, que o projeto propõe construir suas práticas no campo da saúde comunitária e, mais especificamente, no âmbito da nutrição em saúde coletiva, no sentido de re-inventar o fazer em saúde e na nutrição, de modo a aproximá-lo das reais necessidades da comunidade.
      A educação em saúde é o campo de prática e conhecimento do setor saúde que tem se ocupado mais diretamente com a criação de vínculos entre a ação médica e o pensar e fazer cotidiano da população (Vasconcelos, 1998). Ao reconhecer a dinamicidade deste cotidiano, as ações de educação em saúde desenvolvidas pelo Projeto têm passado por um processo contínuo de planejamento e avaliação. Com isso, espera-se a aproximação entre as reais necessidades de saúde da comunidade e a práxis educativa dos atores envolvidos neste processo, na qualidade de futuros profissionais de saúde.

- Extensão Popular: referencial teórico para o desenvolvimento das ações:

     Corroborando com as fundamentações de Melo Neto (2006) sobre o que significa Extensão Popular, o Projeto assim se caracteriza por traduzir-se num trabalho social, desenvolvido com a intencionalidade de articular as ações de pesquisa e ensino a partir dos problemas e da realidade percebidos na extensão, buscando atuar com a população em seus esforços para a superação das desigualdades sociais. Portanto, é uma iniciativa dialógica empreendida por comunidade, equipes de saúde, estudantes e professores sobre a realidade objetiva, a partir de sua análise crítica e das subjetividades ali presentes.
     A Extensão Popular propõe desenvolver a extensão como um trabalho social útil, voltado ao exercício da democratização de todos os setores da vida social, com a promoção da participação popular e incentivo aos direitos emergentes, assim como de princípios que vislumbrem o compartilhamento dos conhecimentos e das atividades culturais; que promovam a busca incessante de outra racionalidade econômica internacional pautada no diálogo; que contemplem a comunicação entre indivíduos, a responsabilidade social, direitos iguais a todos, respeito às diferenças e às escolhas individuais ou grupais, elementos que potencializam a dimensão comunitária e a solidariedade entre as pessoas (MELO NETO, 2006).

    Segundo Cruz et al (2005), é seguindo esse pensamento que percebemos a extensão universitária como pilar importante para o maior comprometimento social dos estudantes; como parte integrante da academia, que provoque o estudante a perceber que está no mundo e com o mundo. Se apenas estivesse no mundo, não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo. Estas relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo mundo (FREIRE, 1979).

     Nesse sentido, este Projeto coaduna-se com as perspectivas teórico-metodológicas atualmente recomendadas pelo Ministério da Saúde para a formação do profissional de saúde, marcadamente expressas no Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-SAÙDE), bem como pelo Plano Nacional de Extensão. Ademais, está articulado com as diretrizes estabelecidas no Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação em Nutrição, as quais reforçam a necessidade de profissionais cujo acúmulo teórico e prático esteja direcionado para uma atuação cidadã, em conformidade com a realidade concreta vivenciada pela maioria da população brasileira, especialmente no que diz
respeito às condições de garantia da alimentação adequada enquanto direito humano e da promoção da SAN. Acreditamos que, por inserir os estudantes de maneira ativa e participativa no contexto social brasileiro, a Extensão Popular é verdadeiramente capaz de formar profissionais que contribuam efetivamente para a transformação desse quadro, forjando-se aí uma nova perspectiva ética para os futuros profissionais.

     Conforme explicitado nas recomendações do Ministério da Saúde, o PINAB procura desenvolver e incentivar transformações do processo de formação, geração de conhecimentos e prestação de serviços à população, para abordagem integral do processo saúde-doença, através de metodologias ativas, práticas educativas na rede pública de serviços básicos de saúde, contribuindo para a formação de profissionais habilitados para responder às necessidades da população brasileira e à operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS).

• Público-Alvo:

a) A comunidade usuária da Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, a qual se insere nas ações educativas e acompanhamento nutricional oportunizados pelo Projeto;

b) Os/as participantes de movimentos sociais e organizações comunitárias ligados às ações educativas promovidas em parceria com o Projeto;

c) Os/as trabalhadores/as de saúde da Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, bem como Professores/as e Merendeiras da EMEFAA, com os quais também são efetivadas ações coletivas;

d) Professores/as, diretores/as e escolares da Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos.

Parcerias:

- Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa: A SMS-JP, participa através de apoio logístico, cedendo as instalações físicas para as atividades, além da cessão de pessoal para eventuais necessidades e participação na construção coletiva das atividades educativas;

- Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos: A EMEFAA participa do
projeto com o apoio logístico através da disponibilização das instalações físicas e participação de seus docentes/técnicos na construção compartilhadas das atividades educativas;

- Associação dos Amigos e Moradores da Comunidade Boa Esperança: Apoio na organização das ações comunitárias, bem como parceria no planejamento e divulgação das iniciativas coletivas;

- Associação Comunitária de Pedra Branca: Apoio na organização das ações comunitárias, bem como parceria no planejamento e divulgação das iniciativas coletivas;

- Grupo “Lá Vêm Elas!”: Apoio na organização das ações comunitárias, bem como parceria no planejamento e divulgação das iniciativas coletivas.

Objetivos:

    - Objetivos Gerais:
         ◦Contribuir para o desenvolvimento social no âmbito comunitário, a partir da Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional;
         ◦Promover a formação acadêmica dos estudantes envolvidos, através de ações de ensino e pesquisa no âmbito da extensão universitária.

    - Objetivos Específicos:
         ◦ Promover a aproximação dos estudantes com a realidade social, econômica e cultural das classes populares;
         ◦ Desenvolver metodologias e sistematizar conhecimentos sobre a educação popular como estratégia de promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional na atenção básica em saúde;
         ◦ Desenvolver ações educativas em saúde com o público beneficiário do Programa Bolsa Família no âmbito comunitário;
         ◦ Criação e efetivação de espaços de formação comunitária para o controle social em saúde, envolvendo agentes comunitários de saúde, líderes comunitários, moradores e gestores da unidade de saúde buscando intensificar o diálogo entre Universidade e Serviço de Saúde, na perspectiva da construção de dispositivos pedagógicos locais para a Educação Permanente de trabalhadores, gestores e usuários do SUS numa perspectiva Popular.
         ◦ Trabalhar junto aos profissionais de saúde da USF Vila saúde a percepção de saúde como trabalho construído em conjunto;
         ◦ Apoiar a manutenção e o desenvolvimento das iniciativas de participação popular e controle social em saúde no território;
         ◦ Desenvolver ações de promoção da saúde com a comunidade escolar;
         ◦ Acompanhar as iniciativas educativas voltadas à saúde da gestante, à promoção do aleitamento materno junto a Equipe de Saúde da Família e os direitos das gestantes no sistema único de saúde.
         ◦ Debate com a população acadêmica as potencialidades da Educação Popular e da inserção da nutrição na atenção básica, como ferramenta de formação profissional e de transformação das práticas e concepções de saúde.

•Estrutura Organizacional do Projeto:

    - Ações comunitárias de educação em saúde:
         O Projeto divide estrategicamente sua equipe em cinco grupos operativos, cada um apoiando a organização de atividades educativas com um grupo comunitário específico. Assim, temos grupos operativos que se inserem em cinco grupos da comunidade: 1-gestantes; 2- Mobilização Popular, com o público participante do “Espaço de Diálogo na USF” (usuários, trabalhadores e gestores da USF); 3- grupo saúde na comunidade'; 4- curso de saúde comunitário; e 5- escolares adolescentes.

     As ações educativas com grupos comunitários compõem o eixo estruturante sobre o qual se alicerça este Projeto, no qual deságuam as interações familiares (por meio das visitas), pois acreditamos que estes constituem uma estratégia elementar para a dinamização da promoção da saúde em comunidades, onde se estimula a pró-atividade da população, a interação cultural e o fortalecimento dos movimentos sociais, os quais são fundamentais para a emancipação e a conquista da saúde com qualidade e alteridade.

GRUPO DE GESTANTES - O trabalho em grupo com as gestantes pretende compor espaços para compartilhar e refletir sobre os saberes e representações relacionados à alimentação e nutrição: qual a relação das pessoas com a alimentação, significados e importância da alimentação, como comer, quando comer, o quê comer, refeições, dietas, alimentos regionais, etc. A participação do Projeto neste Grupo propõe contribuir na construção de espaços no serviço de saúde que não discutam apenas doenças, nem concebam a gestação numa perspectiva puramente biológica, mas estimule as iniciativas das gestantes, criando-se alternativas para melhorar seu bem-estar e sua qualidade de vida, como também alertem elas para seus direitos oferecidos pelo SUS durante a gestação e puericultura. Mediante isso, é imperativo abordar assuntos que contemplam as inquietações e anseios no que diz respeito a essa fase da vida; através de dinâmicas, vídeos e rodas de conversa com temas como: Hora do Parto – ressaltando cada momento e o que fazer a fim de obter um parto tranquilo e seguro-, Cuidados com o bebê – onde as mães podem tirar suas dúvidas e trazer as suas experiências-, Alimentação das gestantes-problematizando com as mesmas a promoção da alimentação saudável-, Saúde bucal – enfatizando a importância desta no bebê e os procedimentos considerados corretos-, Alimentação do bebê – onde se trabalha desde o início da amamentação até o desmame elucidando as dificuldades e potencialidades de cada um.

GRUPO SAÚDE NA COMUNIDADE - No grupo “Saúde na Comunidade”, a Promoção da Saúde é trabalhada de forma participativa, partindo da abordagem das histórias de vida e do cotidiano da comunidade, onde busca-se incentivo à participação popular de forma mais consistente nos espaços comunitários e construindo uma visão crítica da saúde. Cada atividade realizada se baseia no diálogo de saberes e as conversas em rodas proporcionam momentos de escuta e de atenção mútuas. As atividades são realizadas nas quartas-feiras, na Associação de Moradores de Boa Esperança e conta com a participação das mulheres da comunidade e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da Unidade de Saúde Vila Saúde. A participação dos ACS tem potencializado a construção cotidiana do grupo “Saúde na Comunidade”, através da sua inserção no grupo.

GRUPO CURSO DE SAÚDE COMUNITÁRIA- Visando expandir a ligação entre comunidade e unidade de saúde foi elaborado em parceria com o PINAB um curso de saúde comunitário buscando promover espaços educativos permanentes de trocas de experiências, aprendizagem significativa e aprimoramento de conhecimentos no campo da Promoção da Saúde, da Participação Popular e da Educação Popular em Saúde, de forma crítica, participativa e criativa. Através disso busca-se um aperfeiçoamento e crescimento dos espaços comunitários de controle social e participação em saúde e a intensificação do diálogo entre Universidade e Serviço de Saúde, na perspectiva da construção de dispositivos pedagógicos locais para a Educação Permanente de trabalhadores, gestores e usuários do SUS numa perspectiva Popular. O curso ocorre de quinze em quinze dias nas quartas feira a tarde, em um espaço na comunidade jardim itabaiana I. As atividades são alternadas com as do grupo saúde na comunidade.

GRUPO ESCOLA (adolescentes) - No âmbito escolar, o Projeto participa de atividades conjuntas com pais, professores, merendeiras e escolares no sentido da promoção da alimentação saudável, da integração das ações e atividades do projeto e da USF com a Escola Municipal Augusto dos Anjos, buscando a intersetorialidade pautada pelo SUS. Atualmente o projeto atua só na parte da tarde com os escolares adolescentes. Mediante a dificuldade de lidar com esse público, a estratégia baseia-se em escutar deles o que gostariam de trabalhar, dentre os temas propostos, os quais são desenvolvidos de forma lúdica e problematizadora, com esquetes teatrais cujos protagonistas são os próprios alunos.

GRUPO MOBILIZAÇÃO POPULAR - O Grupo de Mobilização Popular articula ações educativas para o fomento de espaços de debate sobre controle social em saúde na área adscrita à USF, no 'Espaço de Diálogo' para participação popular em saúde na USF. Desse modo, o Grupo vem acompanhando o processo de construção do Conselho Local da USF, na perspectiva do fortalecimento de uma participação popular ativa, democrática e autônoma. Nesse sentido, apóia o desenvolvimento de reuniões do “Espaço de Diálogo na USF”, um coletivo instituinte do futuro conselho local de saúde, do qual participam usuários, gestores e trabalhadores da USF. Visando qualificar a intervenção dos protagonistas deste Espaço, o Projeto coordena a realização de oficinas educativas junto a seus integrantes, visando incrementar seu arcabouço de informações e favorecer o debate crítico na comunidade, sobre temas como a participação popular na saúde, a Segurança Alimentar e Nutricional e a Promoção da Saúde.

  -Reuniões teóricas e atividades de ensino:

Entendendo o trabalho de extensão como uma provocação constante para a reflexão crítica e o aprimoramento de saberes (científicos e populares), prezamos também pelas ações de ensino no cenário do PINAB. O grupo coordenador do Projeto compreende que, como trabalho social, o Projeto precisa aprender com outras experiências e aportes teóricos no campo da extensão, educação, saúde pública, ciências sociais, filosofia, etc. Para a formação dos estudantes e a reflexão sobre a nossa prática, é imprescindível a realização de momentos teóricos permeando as atividades do projeto. Desta forma, são realizadas reuniões teóricas de vinte em vinte dias, com leitura e discussão de textos, com convidados para facilitadores do debate.

 -Pesquisa e sistematização das experiências
Tendo em vista a compreensão da prática da extensão articulada com a do ensino e da pesquisa, numa indissociabilidade formativa e pedagógica, professores, estudantes e técnicos desenvolvem trabalhos científicos, de estudo e sistematização. Desde seu início, já foram produzidos no PINAB 19 resumos e 10 artigos, publicados em anais de eventos científicos, além de 02 artigos publicados em revistas científicas de divulgação nacional e também em 2011 foi premiado com o prêmio Sérgio Arouca entre as cinco melhores experiências do Brasil mobilização popular do espaço de diálogo. Tal esforço deverá ser mantido no decorrer do cotidiano do Projeto dada a sua relevância para a socialização das experiências da extensão, na perspectiva de disponibilizar os conhecimentos produzidos para a apreensão e a análise crítica de outros grupos. Ademais, ao publicizá-los, demonstra-se que a extensão vem produzindo conhecimentos para os trabalhos sociais realizados não só pelas universidades, mas pelos serviços públicos de saúde, educação e cultura. Fortalece-se a finalidade da extensão universitária para a sociedade. Nessa direção, a cada semestre letivo são confeccionados relatórios, contendo a sistematização das experiências e uma avaliação críticadas ações dos estudantes, constituindo tanto registros como mesmo fontes do projeto enquanto ação de pesquisa social. Estas produções encontram-se sustentadas pelo referencial de autores como Holliday (1996) e Minayo (2005).

-Avaliação:

A avaliação das ações desenvolvidas pelo Projeto, em parceria com as Comunidades, a Escola e a USF, caracteriza-se por ser formativa, no sentido de que seu propósito fundamental tem sido o de verificar se o extensionista está conseguindo apreender gradativamente os objetivos previstos, expressos sob a forma de competências, habilidades e atitudes. Além disso ela é realizada de modo contínuo (ao longo do desenvolvimento das ações do Projeto) e objetiva oferecer um acompanhamento efetivo do desempenho dos envolvidos, permitindo alterações no decorrer do processo. É procedida através de quatro dimensões: a) reuniões semanais do Projeto; b) oficinas trimestrais; c) produção de relatórios em forma de artigos científicos. Através de rodas de conversa nas reuniões semanais, a coordenação do Projeto pode desenvolver processos de apoio pedagógico e técnico diante das dúvidas, inquietações e sobre o próprio processo de constituição das ações, fomentando o caráter de práxis no PINAB.



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2 comentários:

  1. Quando vcs abrirão novas turmas para o curso de extensão? Sou professora de Ciências e Biologia do ensino básico, e sendo assim, há momentos em que trabalho com a a saúde preventiva, prestando orientações através de aulas discursivas. Contudo, os conteúdos programáticos são muito limitados, e de certa forma envolve o alunado superficialmente. Através dessa vivência com o curso de extensão "Práticas Integrais de Educação e Promoção da Saúde" acredito que poderei incorporar mais elementos em minha formação para poder atuar com excelência nessa temática, e de fato contribuir com uma boa apreensão e aprendizagem por parte do aluno.

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  2. Conheci meu namorado neste projeto, recomendo muito! A Educação Popular em Saúde é revolucionária, encontrei um fazer saúde amoroso e propositivo s2

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